17/05/1925
Picuí (PB)
06/09/2007
Goiânia (GO)
Complicações pós-cirúrgicas para retirada de um câncer no aparelho digestivo
Severino nasceu no sertão paraibano, no Sítio Nova Olinda, filho de João Gomes Barreto e Firmina Angelina da Costa. Depois seu pai comprou o sitio Lazão, uma área maior e mais fértil, onde foram morar com a família. trabalhando na agricultura e como marchante, uma espécie de negociador no comércio de carnes. Aos 21 anos conheceu Josefa Macedo da Costa, na época sua professora, que dava aulas em sítio chamado Cachoeira de Baixo, de propriedade de Luzia, mais tarde, 2a. esposa do avô dela Pacífico Martins de Araújo. Casaram-se no dia 16/11/1947. Voltaram a morar no sítio Nova Olinda, trabalhando na agricultura. Tiveram 2 (dois) filhos Luís Carlos e Geraldo, que vieram a falecer ainda bebês, de causas desconhecidas, mas, provavelmente, por falta de assistência médica, muito comum naquela época, onde o médico era uma figura presente somente nas grandes cidades. Resolveram mudar-se para a cidade, uma vez que seus ganhos mal davam para alimentar-se, mudaram-se para a cidade de Picuí (PB), onde Severino entrou para o ramo de secos e molhados, ainda negociando carnes. Viajava para várias cidades da Paraíba e Rio Grande do Norte. Os negócios iam bem e a vida financeira melhorava, mas não estava satisfeito porque ficava muitos dias foram de casa e longe de Zefa, sua esposa. Começaram, então a alimentar o sonho de tentar a vida no Sul, que era o sonho da maioria dos nordestinos. Comprou passagem num caminhão pau-de-arara, juntamente com sua esposa e foi para Minas Gerais, onde seu irmão mais novo, Henrique, já se encontrava. Trabalhou no pesado, plantando e cuidando de gado. Fixou-se num local chamado de Bauzinho, depois Capinópolis, no triângulo mineiro, onde nasceu Vera Lúcia, sua filha mais velha. Depois de 2 anos, achou que SP era realmente onde se daria melhor. Juntou os poucos pertences, sua esposa e filha e rumou para Ribeirão Preto. Graças à sua experiência na lida com o gado, não encontrou dificuldades em encontrar emprego no Frigorífico Morandi, pertencente a uma família de imigrantes italianos e onde ficou bem instalado, com um bom salário, casa pra morar. Por 10 anos morou nessa cidade, onde teve seu filho José Edson. Seu irmão Henrique, já estava morando em Goiânia e o convidou para vir também. Era a década de 1960, época da construção de Brasília e a capital goiana oferecia muitas oportunidades para quem com ele, estava disposto a trabalhar. Vendeu tudo o que tinha, pegou uma carroça e seu cavalo que nesta época era seu ganha pão (comercializava venda de laranjas), colocou num trem e despachou para Goiânia. Durante alguns meses ficou morando com sua família na casa de seu irmão até, saber o que realmente iria fazer. Nesta época, fez várias coisas para sustentar sua família, vendeu frutas, fabricou sandálias, foi borracheiro. Resolveu seguir a sugestão de seu irmão e entrou no ramo de negociar pneus usados, de onde tirou o sustento de sua vida, chegando a adquirir imóveis que depois se valorizaram bastante e comprou a casa no Setor Campinas, onde sua esposa vive até hoje. Comprou também uma Kombi onde negociava a maior parte de seus pneus usados. Aqui também, a família aumentou com a vinda de Valéria, a filha caçula. Assim, viveu, por muitos anos, tranquilo, cercado do carinho de familiares, amigos e vizinhos. Até que em 2004, sofreu um AVC que mudou totalmente sua vida, ficando com sequelas que restringiram sua vida, prejudicando sua independência e sua alegria de viver, deixou de ser aquela pessoa alegre e bem humorada, com quem adorávamos conviver, ouvindo suas piadas e histórias de sua vida. Acamado e com a saúde debilitada, foi diagnosticado com um câncer de próstata e depois de intestino. Passou por período intenso de entradas e saídas hospitalares, tratamentos diversos. Em 2007 Foi submetido a uma cirurgia, cujos resultados não foram os esperados e em 06/09/2007, finalmente descansou e mudou-se para a Casa do Pai, onde, certamente, vela por todos nós, seus filhos, netos, bisnetos e sua Dona Zefa, como dizia ele.